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O Incolor Tsukuru Tazaki e Seus Anos de Peregrinação

Foto do escritor: O Blog do ClubeO Blog do Clube

A resenha de hoje é sobre o livro Tsukuru Tazaki e Seus Anos de Peregrinação, do escritor japonês Haruki Murakami.

O livro nos apresenta ao jovem Tsukuru Tazaki, integrante de um grupo de 5 amigos do ensino médio, na cidade de Nagoya. Cada um com sua peculiaridade e personalidade, funcionavam como um pequeno relógio. Mas, ao voltar para a cidade natal em uma das férias escolares, Tsukuru procurou entrar em contato com eles, mas sem sucesso. Depois de dias e dias ligando sem retorno, ele recebe um telefonema obscuro, um de seus amigos ligara somente para dizer que ele estava expulso do grupo, e o motivo? Ele sabia muito bem, dissera o amigo. Mas, enfraquecido pelo baque, Tsukuru nem pôde reunir forças para contestar e dizer que não sabia do que se tratava, não fazia ideia, mas aceitou a exclusão e seguiu em frente.

No decorrer da narrativa descobrimos que, sendo bem sincero, Tsukuru não havia aceitado e muito menos esquecido esse rompimento, que mesmo após 15 anos, isso ainda permeava sua mente de maneira perturbadora. Depois de relatar todo o acontecido a uma amiga, ela o aconselha a ir atrás dos amigos e colocar tudo em pratos limpos, aí que começa sua peregrinação.

Durante a leitura, por meio da agonia que o personagem expressa, me coloquei a pensar sobre o poder que as pessoas têm sobre nós, não apenas no sentido de “deixarmos ou não isso nos afetar”, somos humanos – uns mais, outros menos -, sendo que mesmo em maior ou menor nível, somos afetados pelo meio (espaço e comunidade). Nossa sociedade é parte fundamental na formação pessoal, se somos acolhidos ou não, se fazemos parte de um grupo ou não, se nós nos aceitamos ou não. A rejeição de Tsukuru também abre um leque de reflexão sobre como vemos as pessoas e como elas nos veem. Talvez aquela pessoa em que nos apoiamos como um dos pilares fundamentais da nossa existência, na verdade não nos vê com essa mesma lente de reciprocidade, assim como também existem situações em que a despedida é inevitável, ou dolorosamente necessária. Invariavelmente, se não pelas mãos das Moiras gregas ou pelos tropeços que damos nela, o adeus é certo.

Até que ponto somos reféns, não somente de nós (nossos próprios medos e preconceitos), mas do outro? Queremos fazer parte de uma coisa só, nos sentirmos pertencentes. Afinal, se não com eles, como então sem eles? Temos medo da rejeição e medo do julgamento. Medo de ficarmos sós e, pior ainda, a sós com nossos próprios pensamentos. Medo do tédio e de pensar sobre a própria existência. Até mesmo receio do momento em que, fatalmente, nos daremos conta de que não somos tão especiais assim – como nossos pais podiam acreditar.

Durante a peregrinação de Tsukuru Tazaki, minha mente também divagou sobre as várias vias em que a vida pode nos levar, ou melhor, que nós mesmos nos guiamos pela mão. Você está contente com o caminho que está trilhando? Ou acha que deveria estar em outro lugar? Acho que essas são as perguntas do milhão. Você está apostando ou esperando a sorte bater a sua porta?



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