Era aquele tipo de tarde doida, terrivelmente fria, sem sol nem nada, e você sente como se estivesse desaparecendo a cada vez que cruzava a rua.
A trama nos apresenta o nosso amigo Holden Caulfield, um adolescente que, após ter sido expulso de um internato para meninos, resolve voltar para a casa mas, antes disso, gastar todo o dinheiro que possui. Ele passa por diversas situações e locais e nós, o acompanhando, viajamos com ele não somente pelo mundo real, mas também pelo mundo que existe em sua mente.
De todos os livros que li que são narrados em primeira pessoa, esse é um dos poucos que me fizeram realmente me conectar com o personagem. Consegui sentir a sensação de estar cheio de tudo, de correr quilômetros e perceber que nunca, nem por um minuto, saiu do lugar. A angústia de pensar que a vida é somente isso, conversas fajutas, com gente fajuta, numa vida fajuta.
Sentir a solidão dele me fez lembrar de uma frase que uma vez disse o ator Paulo Autran: "A solidão é uma condição da vida". Como você lida com a solidão? Com a rejeição, muitas vezes? Com o fato de que nossa natureza é ser - ou se sentir - só. Estamos sozinhos dentro da nossa mente, dentro da nossa pele, estamos sozinhos quando repousamos a cabeça no travesseiro ao final da noite. A única coisa que nos conecta é o fato de que cada um, em algum momento, já se sentiu desamparado e desesperado. Como você lida com esse inegável fato da vida?
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