A resenha de hoje é sobre o livro de Lima Barreto, Triste Fim de Policarpo Quaresma.
Nosso personagem principal é o major Policarpo Quaresma, que na verdade não é um major, isso é só um apelido, patriota ferrenho que causa estranheza nos vizinhos pelos seus ideais, patriotismo e paixão pelos livros. Começou a aprender violão, o que não deixou de causar ainda mais impacto na vizinhança. Quaresma buscava coisas verdadeiramente brasileiras, comida, vestimenta e até a língua, que durante seu auge de amor pela pátria amada, fez um ofício para o ministro, defendendo que a língua oficial do Brasil deveria ser tupi-guarani, e por consequência disso, foi internado em um hospício, tendo apenas a visita de Olga (sua afilhada) e seu pai.
Depois de tudo isso, decide comprar um sítio afastado da cidade onde decide se dedicar aos estudos sobre a botânica e as terras brasileiras; até que um dia o Tenente Antonino Dutra, escrivão, foi-lhe pedir ajuda para a festa da Conceição, o major, contrário à política e as famosas troca de favores, nega o pedido, e com isso os políticos da área começam um trabalho árduo para dificultar a vida do nosso personagem, cobram impostos e taxas indevidas. Com a vida difícil no sítio, Policarpo volta para a cidade quando sabe que está ocorrendo uma revolta. o major faz um memorial acerca de toda experiência que aprendeu no sítio e o entrega ao Marechal Floriano, que sem dar valor ao documento, o convida para fazer parte da revolta.
Durante a guerra, Policarpo dá ordens e após uma troca de tiros acaba matando um homem. Quaresma se fere em um determinado momento e decide se afastar por um período de tempo. Com o fim da revolta, Policarpo é levado para uma prisão, sem motivo justificável, e estando lá se questiona sobre como alguém como ele, patriota e apaixonado pela nação, acaba em um lugar como aquele. Sabendo do ocorrido, seu amigo e professor de violão, Ricardo, tenta salvar seu amigo e procura o tenente Albernaz, que mesmo sendo amigo de Quaresma, com medo de julgamentos e do que os outros iriam falar se o vissem junto de um homem louco que tem a capacidade de propor algo tão estúpido como tupi-guarani como língua oficial, não faz nada para ajudá-lo; e Olga, que ao chegar na prisão ouve que seu padrinho é um traidor e bandido, acaba por deixá-lo morrer lá mesmo.
Esse final e toda a luta pelo tupi-guarani me fez pensar sobre até onde vamos por um ideal e como nossos contatos e status sociais são quase determinantes em algumas áreas da vida, digo, tanto para conseguirmos um bom emprego (sempre há o sobrinho do chefe) quanto para seguirmos em frente com nossas ideias. Se preciso for, alguém com poder não encontra empecilhos para prejudicar o outro.
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