A resenha de hoje é sobre um livro que também, até o momento em que parece que a humanidade não mudou desde seu primórdio, é atemporal.
A Revolução dos Bichos, de George Orwell, se passa na Granja do Solar, onde os animais, cansados da exploração e liderados pelo porco Major, começam uma revolução para findar com seu sofrimento, expulsando o inimigo, ou seja, aquele que anda em duas pernas.
Após a expulsão do dono da granja, o Sr. Jones, e o impedimento de qualquer tentativa dele de retomar a direção do local, a granja agora possui o nome de "Granja dos Bichos", tendo um começo glorioso, de fartura e descanso, tendo como base o socialismo democrático, onde tudo era de todos. O grupo era, naturalmente, liderado pelos porcos, os mais inteligentes.
A tarefa de instruir e organizar os outros recaiu naturalmente sobre os porcos, reconhecidos como os mais inteligentes dos bichos.
Os animais eram proibidos de entrar na casa grande e instauraram leis (os Sete Mandamentos), para que fosse mantida e ordem e justiça:
Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo; Qualquer coisa que ande sobre quatro pernas, ou tenha asas, é amigo; Nenhum animal usará roupas; Nenhum animal dormirá em cama; Nenhum animal beberá álcool; Nenhum animal matará outro animal; Todos os animais são iguais.
Com o passar do tempo, toda a glória do regime de esvai, os porcos, os mais inteligentes, manipulam e apagam a memória dos demais animais, mudando os mandamentos para que os beneficiassem cada vez mais. Passaram também a dormir na cama da casa grande, com a desculpa de que eles, como líderes, deveriam ter do bom e do melhor. As regras, assim como a realidade, também mudam conforme o tempo passa, passando dos Sete Mandamentos para apenas um:
Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais do que os outros.
O livro aborda muito bem, na personalidade de cada animal, o que se vê realmente em uma sociedade "humana", os exploradores e os explorados; os que mandam e os que, por confiarem e não disporem do conhecimento sobre o que se passa, são passados para trás. Nada que fuja da realidade, infelizmente. Esse livro, assim como 1984, Admirável Mundo Novo, mostra como a realidade realmente é, ou melhor, nos faz enxergar como ela realmente é, pois ela sempre esteve lá para ser vista. Como é perigosa a devoção cega a um comandante que promete mundos e fundos, com discursos demagógicos que disfarçam a real intenção desses seres humanos. Nos fazem ver que na realidade esses seres tão benevolentes às vezes são apenas porcos em pele de homens.
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