A resenha de hoje é sobre um autor famosíssimo: Liev Tolstói.
Nosso personagem principal é Ivan Ilitch, um funcionário público do sistema judiciário da Rússia que tem uma vida relativamente tranquila, apesar de sua esposa exigente e desinteressada. Tudo corre bem, é promovido no emprego e com isso muda de cidade; compra uma nova casa e novos móveis, mas enquanto pendurava uma cortina da casa nova, cai e se fere, o que desencadeia uma doença nunca diagnosticada mas que transforma sua vida pacata.
A história pretérita de Ivan Ilitch era a mais simples e comum e também a mais terrível.
Corremos da morte e de qualquer sombra de sua presença, evitamos falar sobre ela como se a mera menção fosse trazê-la a tona. Evitamos sentir o luto e não digerimos a dor. O que tememos? Viver é na verdade morrer todos os dias. Morremos quando nos negligenciamos, morremos quando tentamos nos enganar, morremos quando evitamos viver a vida plenamente. Mas o que é uma vida plena? Para que vivemos? Para quem? Vivemos lutando por nós, ou contra nós. Nossa morte determina a vida ou nossa vida determina a morte? Vivemos a vida com medo da morte ou vivemos para que nossa morte seja melhor, para que ao final possamos pensar que vivemos uma vida bem vivida? Você está vivendo ou existindo? Para você há diferença?
No fundo de sua alma, Ivan Ilitch sabia que estava morrendo, mas ele não só não se acostumava com aquilo como simplesmente não entendia, não conseguia de nenhum modo entender.
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